À tarde do mesmo dia 15, sexta-feira, Benjamim Constant e os republicanos Aníbal Falcão, Pardal Mallet e Silva Jardim percebendo que a República não havia sido proclamada, arregimentam algumas pessoas, se dirigem para a Câmara onde redigem um documento com o seguinte teor:
“ O POVO, REUNIDO EM MASSA NA CÂMARA MUNICIPAL FEZ PROCLAMAR, NA FORMA DA LEI AINDA VIGENTE, PELO VEREADOR MAIS MOÇO, APÓS A REVOLUÇÃO QUE ABOLIU A MONARQUIA NO BRASIL, O GOVERNO REPUBLICANO.
… CONVENCIDOS DE QUE OS REPRESENTANTES DAS CLASSES MILITARES, QUE VIRTUALMENTE EXERCEM AS FUNÇÕES DE GOVERNO NO BRASIL, SANCIONARÃO ESTE ATO, ESPERAM OS ABAIXO-ASSINADOS A PRONTA E IMEDIATA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. ”
De posse do documento, um grupo de manifestantes se dirige à casa do Marechal Deodoro que não sai da cama por estar com falta de ar e pés inchados.
Naquele instante o Imperador aceita a saída de Ouro Preto e nomeia o Senador gaúcho Gaspar Silveira Martins para o cargo.
Aparentemente decisivo para Deodoro foi saber por Benjamim Constant, já tarde da noite, que o novo Presidente do Conselho de Ministros do Império seria Silveira Martins, um velho rival. Deodoro e Martins eram inimigos desde o tempo em que o marechal servira no Rio Grande do Sul, quando ambos disputaram as atenções da baronesa do Triunfo, viúva muito bonita e elegante, que, segundo os relatos da época, preferira Silveira Martins. Desde então, Silveira Martins não perdia oportunidade para provocar Deodoro da tribuna do Senado, insinuando que malversava fundos e até contestando sua eficácia enquanto militar.
Constant segue então para o Instituto dos Meninos Cegos, próximo dali, e junto a Bocaiuva, Aristides Lobo e Francisco Glicério redigiram os primeiros decretos.
O primeiro artigo inaugural do novo Governo afirma: “FICA PROCLAMADA PROVISORIAMENTE E DECRETADA COMO FORMA DE GOVERNO DA NAÇÃO BRASILEIRA A REPÚBLICA FEDERATIVA”.
A Presidência do Governo ficaria com o Marechal Deodoro da Fonseca, o Ministério das Relações Exteriores com Quintino Bocaiúva, o da Agricultura com o gaúcho Demétrio Ribeiro, o da Fazenda com Rui Barbosa, a Justiça com Campos Sales, enquanto Constant e Wandenkolk assumem respectivamente os ministérios da Guerra e Marinha.