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O primeiro a dar o grito da República foi o sargento-mor e vereador de Olinda Bernardo Vieira de Melo. O militar lançou a proposta em 10 de novembro de 1710 porque estava insatisfeito com a exploração abusiva do país pelos monarcas portugueses. O pedido foi rejeitado.

A insatisfação dos militares aumenta em fins de outubro de 1889 com uma série de desentendimentos com o presidente do gabinete ministerial, Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto. Prisões e demissões de oficiais, o afastamento do tenente-coronel Benjamim Constant do cargo de professor da Escola Militar e a transferência de 22º Batalhão de Infantaria para a Amazônia foram a chama que acendeu o estopim da revolta geral do oficialato.

Para enfrentar a crise era preciso um líder que fosse bem visto pela tropa: o Marechal Deodoro da Fonseca.

A 04 de novembro, atendendo a um pedido do tenente Clodoaldo da Fonseca, seu sobrinho, mesmo acometido de falta de ar, Deodoro recebe em sua casa um grupo de oficiais. E, ao ser informado que o visconde de Ouro Preto pretendia reorganizar a Guarda Nacional (grupo de homens ricos do interior) para fortalecer a polícia do Rio de Janeiro, sede do governo, comenta: “só mesmo mudando a forma de Governo”. Ao final da conversa o capitão Menna Barreto argui: “ Podemos agir afoitamente no sentido de congraçarmos mais elementos? ”, ao que Deodoro responde simples e laconicamente “Podem”.

De lá sem os oficiais ao encontro de Quintino Bocaiuva, líder do Partido Republicano, e do advogado Aristides Lobo. Estes se encarregaram de comunicar a conspiração aos republicanos paulistas através do advogado Campos Sales. Enquanto os civis queriam a República, os militares se preocupavam apenas em derrubar o governo de Ouro Preto.

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Em meio a todos os problemas, o Visconde de Ouro Preto resolve oferecer uma festa-baile em homenagem aos oficiais do cruzador chileno Almirante Cochrane, que escalara no Rio de Janeiro com 300 tripulantes. No dia 09 de novembro, o palácio da Ilha Fiscal abre suas portas para cerca de 4.500 convidados, incluindo a família real. Os 90 cozinheiros e 150 garçons contratados preparam e servem 18 pavões, 500 perus, 64 faisões, 800 Kg de camarões, 300 peças de presunto, 800 latas de trufas além de 12.000 sorvetes, 10 mil litros de cervejas e 258 caixas de champanhe e vinho, consumindo cerca de 250 contos de réis, quase 10% do orçamento da província do Rio de Janeiro durante o ano.

O baile da Ilha Fiscal foi um sucesso e lá todos dançaram e beberam muito sem imaginar que estavam sobre um vulcão. Naquele mesmo instante em que se acendiam as luzes do palacete para receber os milhares de convidados engalanados, os republicanos reuniam-se no Clube Militar, presididos pelo tenente-coronel Benjamin Constant, para maquinar a queda do Império.