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O primeiro dia do julgamento final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) ontem (25), foi tenso e pode estar definindo o clima no seu desenrolar que deve prosseguir até a próxima semana quando deverá estar sendo realizada a votação.

O procurador do Ministério Público da União junto ao Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, foi o primeiro a depor, entretanto foi dispensado como testemunha por pedido do advogado de defesa da presidente afastada, José Eduardo Cardozo, sob o argumento de teria participado de um ato pela rejeição das contas de Dilma, e passou a ter status de informante. A diferença entre o status de testemunha e o de um informante é que o segundo está isento de juramento de dizer apenas a verdade. Neste caso suas informações precisarão ser confirmadas posteriormente.

Júlio de Oliveira se diz convicto que a operação de crédito (configurada na perícia do Senado) teve a responsabilidade da presidente Dilma por ter sido um ato da administração pública, e ela ter o comando dos atos do executivo. Falou ainda que Dilma “cometeu delitos graves no ponto de vista fiscal” e, ao assinar decretos com gastos extraordinários sem autorização do Congresso, violou a Constituição.

Bate-bocas

As primeiras discussões surgiram com acusações aos Senadores aliados de Dilma de tentarem postergar a conclusão do processo e de estarem fazendo contestações astuciosas. O pedido de palavra “pela ordem” – instrumento utilizado pelos parlamentares para indagações e reclamações – foi intensamente usado. O primeiro a utilizar do recurso foi senador Lindbergh Farias (PT-RJ) citando reportagens segundo as quais o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria afirmado ao presidente interino Michel Temer que o julgamento do impeachment poderia ser concluído um dia antes do previsto.

Os governistas rebateram de imediato afirmaram que “não há o que estranhar se o chefe de um Poder mantenha contato com o chefe de outro Poder”. Cunha Lima, líder do PSDB na Casa, acusou Lindbergh de estar tentando, “já na abertura dos trabalhos, procrastinar o feito”.

Lewandowski, por sua vez, reiterou que “o julgamento tem prazo para começar, mas não tem prazo para terminar” e ao mencionar as regras que norteiam o comportamento de magistrados, citou a utilização de “linguagem escorreita, polida e respeitosa”. Nas altercações entres os parlamentares o presidente da sessão Lewandowski chegou a interromper a sessão por alguns instantes.

Os bate-bocas voltaram à noite, assim que o senador petista Paulo Rocha (PA), criticou o PSDB e DEM, passando a uma troca de acusações entre senadores da base governista e da oposição.

Senadora Gleisi repreendida

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) chegou a ser repreendida por Lewandowski ao dizer que “esse Senado não tem moral para julgar a presidente”. O presidente do STF pediu que ela “não repetisse a expressão”. A senadora falou mais uma vez, acrescentando ainda que a “Casa conspira contra a presidente” o que obrigou Lewandowski cortar a palavra dos senadores que queriam apenas fazer declarações políticas.

Hoje a sessão deverá ser aberta às 9h com o depoimento de Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, economista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), primeira testemunha da defesa.

Fonte: Band News