https://webradiojuventude.com/portal/wp-content/uploads/2023/07/Hosp-do-Coracao-728pxl-x-90pxl-1.pnghttps://webradiojuventude.com/portal/wp-content/uploads/2023/09/728x90-2CT-1.gif
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (27) que, caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada do mandato durante o processo de impeachment, ele terá com Michel Temer, que assumiria a Presidência, a “mesma relação” que possui com Dilma. A declaração foi dada após Renan se reunir com o vice-presidente para conversar sobre cenário político.

Dilma Rousseff enfrenta um processo de impeachment que chegou na semana passada ao Senado. O caso está sob análise de uma comissão especial e poderá ser votado em plenário no dia 11 de maio. Caso a maioria simples dos senadores (41 de 81) aprovem a instauração do processo no Senado, a presidente será afastada por 180 dias.

“Eu vou ter, como presidente do Senado, a mesma relação com o novo governo, se for o caso, que tive com a presidente Dilma. Eu entendo que é incompatível participar da formação de governo sendo presidente do Senado Federal”, afirmou Renan.

Nesta terça-feira (26), Renan se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. O peemedebista disse que se “surpreendeu” com a “estabilidade emocional” da petista diante do processo de impeachment. Renan também afirmou que não vai votar na primeira fase do processo de impeachment no Senado, que decidirá sobre a instauração ou arquivamento do processo.

“Nesta primeira votação, eu não vou votar e não devo votar, porque a isenção que o cargo [de presidente do Senado] requer para que eu tenha condições de continuar conversando com todo mundo não me permite exatamente ter lado. Ao final, cada senador será transformado em julgador”, antecipou Renan.

‘Nenhum pedido’

Renan Calheiros afirmou ainda que durante a conversa que teve com Michel Temer na residência oficial do Senado, o vice-presidente não fez “nenhum pedido”. “Absolutamente nenhum pedido, o vice-presidente sabe que eu tenho compromisso com a ampliação da previsibilidade política, constitucional e que vou manter a isenção até o final deste processo [de impeachment]”, declarou o peemedebista.

Questionado se Temer pediu auxílio de Renan na convocação do Congresso Nacional para avaliação de uma possível redução da meta fiscal, Renan disse que o vice-presidente sabe que Congresso, Senado e Câmara não “faltarão” com o Brasil.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, foi ao encontro de Renan fazer um apelo para que o Congresso votasse o projeto de lei que autoriza um rombo de R$ 96,65 bilhões nas contas públicas em 2016. Sem a aprovação da proposta, o governo terá que fazer forte economia de gastos e, por isso, tem pressa.

No entanto, Renan disse a Barbosa que dificilmente a nova meta seria aprovada enquanto o processo de impeachment estivesse em curso. “Tão logo haja necessidade de nós convocarmos o Congresso Nacional para que o Congresso novamente aprecie a redução da meta fiscal, nós vamos fazer isso, porque o interesse do Brasil está acima de qualquer questão”.

O Presidente do Senado também disse que conversou com Temer sobre a necessidade de superar a pauta de ocupação de cargos de primeiro escalão em troca de apoio político.

“Eu conversei, e ele concorda, da necessidade de superarmos essa pauta de ocupação de cargos. Isso é uma coisa que está sendo contrariada pela sociedade. A virada que este momento pode ou não possibilitar requer uma qualificação dessa pauta. Essa coisa de cargos não deve prevalecer”, opinou o peemedebista.

Antecipação de eleições

Durante a entrevista, Renan foi indagado pelos jornalistas sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) que tem a finalidade de antecipar as eleições presidenciais para outubro deste ano. Renan, que no começo do mês declarou ser favorável à antecipação de eleições gerais, disse nesta quarta-feira que acha “muito difícil” que a PEC prospere.

“Eu acho que qualquer cenário neste momento que signifique alterar a Constituição é muito difícil, porque nós estamos vivendo um momento de crise política, e mudar a Constituição neste momento, ter os votos necessários na Câmara e no Senado, é sempre difícil, é um consenso meio que inatingível”, afirmou Renan.

Renan disse que o que “está posto”, no momento, é o processo de impeachment, e que é necessário “fazer o julgamento político, mas o de mérito também”.

fonte:gazetaweb