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Marechal Deodoro vem ao longo dos anos perdendo suas referências culturais que integravam o cotidiano de sua gente. A nossa cultura, riquíssima e variada, fazia com que a comunidade tivesse uma diversificação de atividades que atraiam jovens e idosos. Em minha juventude, mesmo sem aqui residir, tive o prazer de apreciar a exibição em praça pública dos inúmeros folguedos de época. Os grupos folclóricos, que tinham presença marcante e infalível em todas as festas religiosas, eram disputados não só pelos jovens que faziam questão em participar dos grupos, mas também por um público fidelíssimo que se acotovelavam para assistir as apresentações. Lembro das cheganças que tinham seu palco apropriado, dos guerreiros, pastoris, baianas. Lembro das cavalhadas que eram disputadas pelos cavaleiros locais com o grande orgulho e vaidade. Tudo era de uma singeleza e de beleza indescritível.
Lembro vivamente do que acontecia até bem pouco tempo no período natalino onde cada bairro, cada povoado fazia questão de ter um presépio por mais singelo que fosse. Isso sem contar com a tradicional Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição, que começava com o ritual do levantamento do mastro e culminava com uma vasta programação que incluía shows musicais com grupos da igreja católica, bandas de música locais, além da quermesse e do disputadíssimo leilão de produtos doados pela comunidade. O parque de diversões era um atrativo a parte. Também não podia deixar de constar os bares que reuniam as famílias para uma confraternização bem descontraída.
O que me causa estranheza é que nos dias atuais, onde se prega a ocupação da juventude com atividades saudáveis e proveitosas, as autoridades locais desprezem eventos culturais e só privilegiam os shows com bandas famosas que atraem as drogas e a violência. Os eventos tradicionais, além da manutenção da cultura local e da diversão distribuída de forma equânime e mais acessível pelos recantos do município, prestigiam os músicos locais com o aproveitamento das bandas e grupos deodorenses.
Não somos contrários às suntuosas estruturas montadas e às bandas famosas para atrair e receber os visitantes, mas que estas não existam em detrimento ao incentivo à manutenção da singela e até ingênua tradição da nossa querida Marechal.