Ontem chegou a Alagoas um livro fundamental para a compreensão de uma das mais sangrentas tragédias contemporâneas, a questão Israel x palestinos. O autor, Breno Altman, é judeu brasileiro – e essa condição semítica precisa ser destacada no início desta conversa, pois a manipulação sionista insiste na mentira que “judeu e Estado de Israel são sinônimos”. Altman é um dos muitos judeus portadores da coragem de denunciar os crimes do regime israelense, posicionamento que o coloca sob dura perseguição pelo neofascismo sionista no Brasil e no mundo.
RAÍZES DO BEM
De família judaico-polonesa, Breno é filho do jornalista Max Altman (1937/2016). A Wikipédia informa que o pai de Max, registrou o primeiro filho como Carlos e ia registrar o segundo como Marx, mas atento ao caráter fascista do Estado Novo, imposto ao Brasil naquele ano, retirou o “r” ao finalizar a certidão. A enciclopédia virtual e destaca que Max Altman “presidiu a associação mantenedora do Ginásio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem, fundado por judeus progressistas no bairro do Bom Retiro, região central de São Paulo, que teve como objetivo disseminar ideais antifascistas por meio de uma educação pluralista, inovadora e não discriminatória”. DNA de coragem e cidadania.
COMBATENTE CONTRA O MAL
Fundador do site Opera Mundi, Breno tem feito, há anos, a crítica consistente contra a política colonialista-racista imposta pelos governos israelenses de massacres contra a população palestina e na expropriação de praticamente todo território designado pela ONU em 1948 para a existência de um país palestino. Por conta dessa sua firme posição, o jornalista tem sido duramente atacado por entidades sionistas, mesmo sendo judeu legítimo. No resto do mundo, dedicam-se também a essa luta notáveis judeus como Noam Chomsky, Norman Finkelstein, assim como no passado se posicionaram Albert Einstein, Hannah Arendt, dentre outros.
DO AUTOR SOBRE A OBRA
“Este é um livro de combate. No calor dos acontecimentos precipitados após 7 de outubro de 2023, dediquei-me a algumas exposições sobre as razões do conflito que opõe o Estado de Israel e o povo palestino. Feitas de improviso, foram apresentadas no programa 20 MINUTOS, exibido no canal de Opera Mundi no YouTube. Essas intervenções foram desgravadas e tiveram seus textos preparados, e a mim foi proposta a ideia de publicá-las, como dizia-se antigamente, em um opúsculo. O argumento era forte: a comunicação escrita organiza melhor o pensamento e permite uma absorção superior que as mensagens audiovisuais” – informa Breno Altman.
CRÍTICA ABALIZADA
Bruno Huberman, judeu e pesquisador que dedicou seus estudos ao Estado de Israel, professor de Relações Internacionais da PUC/SP, sobre o livro, diz: “Altman explica, em escrita rasante, os fundamentos do sionismo, da Questão Palestina e do Estado de Israel. Aponta as diferenças entre judaísmo e sionismo; demonstra como o sionismo se transformou em uma ideologia racista, colonial e teocrática; e coloca como resultado um regime de apartheid que oprime o povo palestino de diversas formas. A diversidade de temas que Altman levanta demonstra a óbvia complexidade da Questão Palestina/Israel, mas a objetividade com que ele narra e analisa os fatos demonstra que este assunto não deve ser tratado de forma particular por iniciados”.
LEITURA INDISPENSÁVEL
Para quem queira sair das bolhas dos muitos preconceitos deste tempo de terrores e hipocrisias, a leitura de “Contra o Sionismo” é um gesto a favor da Paz (sempre dificílima) e um ato de busca pela verdade histórica (num mundo marcado pelas fake news).