Informou a Braskem, ontem, que “instalou nesta segunda-feira, um novo sensor para medição de movimentação do solo na área da mina 18, em Maceió (AL), que está sob risco iminente de colapso”. Ôxe, no domingo (10/12/2023) ela não tinha colapsado?
Nessa toada, a empresa confirma o prognosticado por esta coluna, ontem: não está encerrado sequer o capítulo da mina 18, na novela Crime Ambiental em Maceió. O perigo segue em cartaz, inclusive, no ponto supostamente colapsado anteontem. É isso mesmo?
TIC TAC voltou à internet para checar. Sim, a reportagem está datada de 12/12/2023, postada na versão digital d’O Globo, às 2:01 da madrugada e atualizada duas horas depois. Foi ontem mesmo! E o sensor, anterior, obviamente engolido.
Outro sensor havia sido noticiado como desaparecido no oco da Mina 18 no final de novembro, quando os alertas sobre o iminente colapso foram divulgados. Nos últimos três meses, então, esse seria o terceiro equipamento enfiado na famosa caverna.
Diz O Globo: “segundo a companhia, os dados dos demais DGPS instalados nas outras 34 minas continuam sendo coletados e não há registro de movimentações atípicas. ‘Todas as informações são compartilhadas com as autoridades, em tempo real’, acrescentou a Braskem”. Menos péssimo, mas a catástrofe continua batendo à porta de Maceió.
Primeira questão a ser considerada nesta tragédia lenta, gradual e insegura é que não pode existir a possibilidade da empresa responsável pelo crime ambiental ser anistiada, ser livrada de sua responsabilidade, mediante o pagamento de quaisquer valores.
Nenhum valor pecuniário é justo para livrar a Braskem das responsabilidades presentes e futuras em relação aos crimes cometidos no passado e em suposto cometimento no presente. É um crime hediondo considerar tal anistia mediante o pagamento de R$ 1,7 bilhão ou 30 bilhões ou quaisquer outros desembolsos por parte da empresa.
Para a Braskem precisa ser perene a responsabilização e contínuos os desembolsos frente às necessidades de cada caso, de cada projeto, de cada paliativo. Qualquer dinheiro circulando à toa tende a ser engolido pelas dolinas no poder público, sugado junto com sensores contábeis. A consigna é: Sem anistia e sem pagamentos “por conta”.