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A proposta legislativa que deu origem à Lei Complementar nº 135 é de 4 de junho de 2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa, teve origem em um Projeto de Lei (PL) de Iniciativa popular, com mais de um milhão e trezentas assinaturas. Com o objetivo de alterar a lei de inelegibilidades e dificultar o acesso dos criminosos “de colarinho branco” à candidatura eleitoral, foi conseguida por mais dois milhões de assinaturas sendo 85% das necessárias ao projeto, conseguidas pela Campanha Ficha Limpa. Este fato, pouco divulgado, ajuda a definir o perfil do eleitor peticionante.

O legislador que determinou uma restrição aos que não tiveram acesso à educação básica, não o fez como punição, mas sim enfatizando a necessidade de resguardar o bem público de pessoas com limitações de discernimento.  Limitar o cidadão que tenha sido condenado por sentença judicial transitada em julgado a se candidatar, além de punição é um avanço da lei anterior e visa livrar nosso país de criminosos que matam nossos semelhantes pelo desvio de recursos da saúde, da educação, do meio-ambiente, da infraestrutura, e muito mais.

Por interesses obscuros ou não, numa democracia tão frágil como a nossa em que um voto é comprado com uma simples refeição ou cesta básica, nos permite conjecturar que mais uma vez nada valeu.

Para que sejam expurgados os sujos e imundos da política é necessário mais que uma lei. É imperioso a cobrança popular no dia-a-dia de cada cidadão. Cobrança esta feita com intensidade e participação maciça da população, eleitores ou não, que só pode resultar em maior eficácia da justiça com punição para quem merece ser punido. Cobrança na hora de escolher o candidato, não por querer ajuda-lo ou lhe dar oportunidade, mas sim escolher aquele que tenha condições e vontade de fazer mais por todos nós.

Para os ladrões de galinha que praticam o ilícito para suprir a fome de seus familiares não há necessidade de rigor, mas para quem engana um país e tira desse mesmo cidadão a chance de viver com dignidade, a lei deve ser pesada, rigorosa, eficiente e, acima de tudo aplicada.

Dizer que a política nacional se tornou uma matilha é ofender abusivamente nossos cães, leais e companheiros. Na nossa política habita definitivamente mesmo um bando de chacais querendo abocanhar o maior quinhão que não lhe cabe. Por isso, junto a aliados no judiciário, querem amarrar os braços da moralidade, deixar intransitáveis os caminhos da impunidade embaçando assim os olhos da Justiça.

Não estabelecer um freio para os crimes de agora é perpetuar os criminosos no poder para, com suas cuecas infláveis, meias flácidas e bolsas elásticas, continuarem burlando os eleitores, desviando os recursos de obras e serviços essenciais, comprando decisões, subornando promotores, procuradores, ministros e até juízes para encobrirem suas ações nefastas.

E tudo isso só nos faz deduzir que no Brasil o crime compensa e recompensa, quando permeia o emaranhado da sujeira do poder.