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Maceió e Arapiraca estão entre as 120 cidades mais violentas do Brasil; percentual da capital é quase o dobro da média do País 

 

A divulgação do Atlas da Violência no Brasil pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e Fórum de Segurança Pública, na última segunda-feira (05), mostra que Alagoas permanece entre os estados com o maior número de homicídios no País. Os dados, referentes ao ano de 2017 revelam que, em Maceió, houve crescimento no número de crimes de um ano para o outro. A cidade ocupa a sexta colocação como as mais violentas entre todas as 26 capitais do País. Arapiraca também figura na lista das localidades com maior número de mortes. Entidades de classe como o Sindicato dos Agentes da Polícia Civil de Alagoas (Sindpol) considera que é preciso mudanças na política de segurança pública do governo Renan Filho (MDB).

Pelos dados divulgados, referentes aos últimos dez anos – 2007 a 2017 – o estado de Alagoas obteve redução no quadro geral, mas Maceió, que registrou crescimento e Arapiraca estão entre os 120 municípios brasileiros que acumulam 50% de todos os homicídios registrados em 2017 no Brasil. O estudo envolveu 310 localidades do Brasil com população acima de 100 mil habitantes. Em todo o País são mais de 5.570 municípios.

Na capital alagoana, em 2016, conforme o documento, foram registradas 55,4 homicídios por 10 mil habitantes. No ano seguinte, em 2017, este percentual subiu para 60,2 mortes por 100 mil, uma variação para mais de 8,7%. Em Arapiraca, os dados também são alarmantes e representam 58,9 assassinatos por 100 mil habitantes. Em 2017 foram 138 homicídios registrados na segunda maior cidade do Estado. As duas localidades estão acima da média de Alagoas que foi de 53,9 e quase o dobro do Brasil, que ficou em 31,6 mortes para cada cem mil habitantes.

Os números divulgados pelo Atlas foram obtidos a partir dos registros do Sistema de Informações sobre Mortalidades (SIM) do Ministério da Saúde. As avaliações fazem comparações com indicadores socioeconômicos com a taxa de homicídios das cidades, para mostrar que as localidades mais violentas também são as mais precárias em prestação de serviços públicos. A maioria fica nas regiões Norte e Nordeste.

“Nessas duas regiões (Norte e Nordeste), salta aos olhos os maiores índices de jovens entre 15 e 24 anos que não estudam, não trabalham e são vulneráveis à pobreza: esses são exatamente os indivíduos principais a serem focalizados em qualquer programa de enfrentamento à criminalidade. Tal problema ganha contornos ainda mais dramáticos quando levamos em conta que a violência letal acomete principalmente a população jovem. Para se ter uma ideia, 59,1% do total de óbitos de homens entre 15 a 19 anos de idade são ocasionados por homicídio”, pontua o documento.  Entre o aumento da violência, os especialistas citam como causas o crescimento do tráfico de drogas e de facções criminosas.

No Nordeste, o estado com maior taxa de homicídios estimada, em 2017, era o Rio Grande do Norte (67,4), seguido por Ceará (64,0), Pernambuco (62,3), Sergipe (58,9), Bahia (55,3), Alagoas (53,9), Paraíba (33,9), Maranhão (31,9) e Piauí (20,9). 

Sindpol critica política de segurança

Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Alagoas (Sindpol), Ricardo Nazário,  a política de segurança pública adotada pelo governador Renan Filho que, segundo ele, tem investido mais no policiamento ostensivo, representa retrocesso. Para o sindicalista, é preciso investir na segurança como um todo e criar uma política de aproximação da polícia com o cidadão. Ele também afirma que, no caso de Arapiraca, a cidade está abandonada com relação ao trabalho da Polícia Civil, que investiga, elucida crimes e leva criminosos para a prisão à disposição da Justiça.

“O Sindpol vem alertando o governo, que tem investido no policiamento ostensivo (Força Tarefa, Ronda no Bairro) e atuado por um momento a partir dos bairros mais violentos. As facções criminosas estão se espalhando pelos bairros da capital e por cidades do interior. O governo tem fechado delegacias, o que para nós representa retrocesso. A redução que acredita haver é pontual e se não tiver uma política de aproximação da polícia com a comunidade e de investimentos à elucidação dos crimes, o número de homicídios deve aumentar. Sem investimento, nós não conseguimos atender com eficiência a apuração”, pontua Nazário.

Ele cita como exemplo a criação da Delegacia de Homicídios em Maceió, nos últimos anos da primeira gestão do governador Renan Filho, quando houve redução no número de homicídios, devido a grande equipe com várias delegados e aproximadamente 40 agentes mobilizados para o local. Após essa medida, destaca o presidente do Sindpol, o gestor estadual não mais investiu ao passou a fechar as delegacias da capital às 18h, quando o sindicato tem solicitado que as mesmas funcionem 24 horas por dia. Com relação a Arapiraca, para ele a situação é ainda pior.

“Arapiraca está abandonada. A Delegacia Regional está em situação deplorável com detentos presos, quando não deveriam ficar no local. Está completamente esquecida”, reforça.

 

 

 Gazetaweb