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Deputados projetam cenário pessimista com a decisão de Bolsonaro de não conceder aumento real do salário mínimo no próximo ano 

proposta do presidente Jair Bolsonaro de não conceder aumento real do salário mínimo no próximo ano, conforme consta no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020, continua deixando um rastro de indignação País afora. E na bancada federal alagoana não foi diferente. A decisão de Bolsonaro é classificada como ‘gravíssima’ e deve ter impacto maior em determinadas regiões do Brasil, como o Nordeste, onde estão concentrados os indicadores sociais mais sensíveis.

O deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), destaca o forte viés econômico que há por trás do salário mínimo. “Todo mundo sabe o papel do salário mínimo para o Brasil, principalmente para o Nordeste. Nós temos a região com a maior densidade demográfica e a maior contradição social. Em Alagoas, de acordo com o Departamento de Economia [da Ufal], em estudo realizado pelo professor Cícero Péricles, 70% da população depende do salário mínimo. Portanto, a decisão do governo tem um reflexo direto na economia”, observa.

Segundo ele, quando o governo federal decide não dar o reajuste do salário mínimo sobre o ganho real isso retira o poder de compra do trabalhador, afeta o comércio, a economia não gira e a distribuição de renda acaba comprometida.

“Um dos grandes problemas do mundo hoje é a concentração de renda. De acordo com um estudo de uma ONG da Inglaterra, 30 anos atrás, 12% da população controlava a economia do mundo. Hoje é 1,5%. A China, a cada 15 dias, tem dois novos bilionários. A contradição do mundo hoje é esta: você tem um número pequeno de pessoas que controla a economia e a maioria abaixo da linha da pobreza. Você tem uma desigualdade que aumenta o conflito na sociedade, principalmente quanto à violência. Por isso que foi uma decisão lamentável e que demonstra a cultura do presidente Bolsonaro e o compromisso dele, que não é com a classe trabalhadora, com os mais pobres. Na realidade, ele está governando para a elite nacional e internacional”, alerta Paulão.

O coordenador da bancada federal alagoana, deputado Marx Beltrão (PSD), segue o mesmo raciocínio do colega petista. A avaliação do parlamentar sobre a decisão de Bolsonaro endossa a tese de que o trabalhador assalariado é quem mais será prejudicado, puxando a reboque a própria economia.

“O país precisa voltar a crescer, fomentar a indústria e o comércio, gerar empregos e, em síntese, aquecer a economia. Não vejo o congelamento do salário mínimo como medida mais sensata neste momento, até porque este congelamento vai prejudicar a base de nossa pirâmide econômica, composta por trabalhadores assalariados”, diz. “Esta medida vai impactar no consumo das famílias, já afetado pela variação de preços. O fato é que o governo precisa com urgência apresentar medidas que garantam a retomada do crescimento econômico e isto ainda não foi feito. Congelar o mínimo não é a melhor saída”, completa.

 

 

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