O filho do presidente e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) era, até há pouco tempo, crítico à candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) à presidência do Senado. Apesar disso, recentemente mudou de postura ao afirmar que todos os candidatos têm sintonia com a pauta do governo de seu pai, Jair Bolsonaro.
Ele também procurou afastar a crise envolvendo movimentações financeiras atípicas e funcionários de seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) do governo de seu pai. “Não tem nada a ver com o governo. Por mais que vocês queiram, não tem nada a ver com o governo”, declarou.
Sobre as eleições ao comando do Senado, ele afirmou que espera que qualquer candidato seja alinhado com as pautas do governo.
A bandeira branca do filho de Bolsonaro foi levantada um dia depois que Renan se declarou publicamente favorável à agenda econômica do governo.
“O velho [Renan] era sobrevivente, mais estatizante. Este novo é mais liberal, está querendo fazer as reformas do Estado. Quero colaborar com este momento excepcional que o Brasil está vivendo e fazer as mudanças e reformas”, disse o alagoano na terça-feira (29).
Renan já havia acenado diretamente pra Flávio há duas semanas, quando, em entrevista disse que o senador eleito não deveria ser investigado pelo Senado.
“Ele não pode ser investigado nem no Rio de Janeiro nem no Senado. A investigação no Senado só acontece em circunstâncias especialíssimas. Temos com relação a ele as melhores expectativas, de que é um moço que quer trabalhar, que quer fazer um bom mandato, que tem posições e defende-as. O que nós queremos é o melhor dele neste momento complexo da vida nacional. A expectativa que nós temos é a melhor possível”, disse Renan dia 18 de janeiro.
Questionado sobre que leitura fazia deste aceno, Flávio minimizou o afago. “Não tem nada demais, é a opinião dele. Como qualquer senador, respeita qualquer senador”, afirmou.”