Eles, literalmente, não têm nada de parecidos. Mas, pela necessidade de sobrevivência política, talvez falem a mesma língua para garantir a condução institucional dos respectivos governos.
Também diferente do pai, senador Renan Calheiros, o governador Renan Filho sabe que, a partir de agora, depende dos seus próprios atos para subir ou entrar para a galeria de ex-governador e figurar no baixo clero. A lógica desta seara é assim. Político bom tem que estar no mandato e o de Renan Filho acabará antes do tempo regimental. Pré-candidato ao Senado, em 2022, ele precisa de um segundo mandato com melhores resultados que o primeiro, para que mantenha ou amplie a aprovação de sua administração.
A partir de primeiro de janeiro Renan Filho não terá motivos para falar do passado, porque ele é o passado recente.
Se George Santoro permanecer na Secretaria da Fazenda o desafio não será apenas cortar gastos e melhorar a receita. Ajuste fiscal foi a palavrinha mágica que colocou o governo de Renan Filho nos trilhos. Os avanços na segurança pública impulsionaram a máquina e o discurso foi confirmado com o primeiro slogan do governo: Trabalhando sério a gente chega lá.
O desafio do governador reeleito será mudar os indicadores da saúde, educação e o índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Colocar o Estado nos trilhos serviu, apenas, para garantir a estabilidade econômica e menos pânico com os números da violência, em meio à maior crise política e moral da história do Brasil.
Vêm aí uma série de concursos. Mas a economia precisa de novas e muitas oportunidades. Estes são os desafios mais difíceos para Renan Filho.
Longe dos discursos que o levaram ao status de mito, Bolsonaro já deixou claro que vai fechar o cofre, com um severo e necessário ajuste fiscal. Ao mesmo tempo vai endurecer a postura do Estado Brasileiro contra o crime organizado.
A fórmula a ser adotada por Bolsonaro é a mesma usada, com sucesso, por Renan Filho. Que fique bem claro o seguinte: a fórmula é pronta e existe há dezenas de anos. O sucateamento, o endividamento, os números alarmantes de desemprego, de analfabetos, da carência de hospitais e de milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza e até passando fome são os frutos perdidos com os desgovernos e os governos corruptos enraizados, de canto a canto do país.
Enquanto os derrotados petistas e afins e os que ficarão fora do poder torcem e promovem o desencontro de informações eu prefiro não arriscar atirar no piloto do avião que carregará o Brasil pelos próximos anos.