Publiquei aqui, por mais de uma vez, que Fernando Collor é o grande estrategista político de Alagoas, desde a redemocratização. Para os mais jovens, é o período que sucedeu à Ditadura Militar (1985).
O texto provocou uma série de reações, porque a maioria dos contatos e fontes, com as quais mantenho interlocução, acha que o cérebro eleitoral é Renan Calheiros. Não é! Por favor, não confundir cantor com compositor; muito menos fama com dinheiro – escolha quem é quem.
360 graus
A desistência de Fernando Collor faz parte – acredite nisso – de mais uma estratégia bem-sucedida. Evidente que ele entrou no processo confiante na vitória, mas sabia que, de todos os principais concorrentes era o único que, em caso de derrota, estaria com o mandato assegurado. Se Renan Filho, Benedito de Lira, Rodrigo Cunha e Maurício Quintella perderem ficam sem mandato. Collor poderia tomar de 15 x 0 que, ainda assim, manteria o mandato e sorriso que o caracteriza. Aí está a primeira diferença.
Por que entrou?
É difícil entrar, vasculhar e compreender a mente de alguém que chegou no topo, conheceu o inferno e se reinventou com o apoio do povo. A mesma gente que lhe concedeu o segundo mandato de senador, proporcionando a imunidade em caso de derrota para Renan Filho.
Poucos alcançam, mas Renan Calheiros e Teotonio Vilela, por exemplo, tinham a noção mais aproximada dos objetivos de Collor. Daí você pode questionar: Collor se vendeu? NÃO! Collor foi traído? NÃO! Então, o que houve desde a repentina entrada até o anúncio da esperada desistência? Aí só o tempo dirá. Collor usou o termo reciprocidade, como principal argumento. Não cola, porque nunca teve, nem da base aliada, nem da classe política, já comprometida com a aliança aos Renans.
O nome da oposição nunca foi Collor, que ensaiava, de maneira estratégica, candidatura a presidente, também estrategicamente pensada para a missão de 2020.
Portanto, a entrada de Collor, que não configurava nem como plano Z, foi um equívoco de quem imaginou que, sem unidade, teria um palanque harmônico e capaz de enfrentar a estrutura articulada por Renan Calheiros.
Interrogação?
será que a saída de Collor foi bom para Renan Calheiros? Aguarde o próximo post.