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O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira, 15, que seu governo foi capaz de “tirar o Brasil do vermelho e o colocar no rumo certo”, mas ignorou as denúncias de corrupção que o envolveram diretamente assim como a integrantes da sua gestão, em discurso de quase uma hora no Palácio do Planalto no qual exaltou os feitos dos seus 2 anos de governo.

“Creio que todos nós fomos capazes de tirar o Brasil do vermelho e o colocar no rumo certo. Não são palavras apenas, os fatos comprovam”, disse Temer, numa solenidade que contou com a presença de atuais e ex-integrantes de governo.

O presidente afirmou que sua gestão tinha um “plano e coragem” para pô-lo em prática, ao usar como referência de governo o documento “Ponte para o Futuro”, escrito pelo MDB ainda durante o governo Dilma Rousseff.

Temer desfilou uma série de feitos da sua gestão na área econômica, como a queda da inflação e o fim da recessão, e na área social, como o aumento do valor do benefício do Bolsa Família e do número de beneficiários do Minha Casa, Minha Vida.

O chefe do Executivo fez um afago ao ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, pré-candidato a presidente pelo MDB e presente ao encontro. Disse que ele ajudou a “transformar” o país.

Contudo, o presidente não fez qualquer menção às denúncias criminais feitas contra ele pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot a partir das delações de executivos da J&F, holding que controla a JBS, que tiraram a maior parte do seu capital político e ameaçaram sua permanência no cargo.

Ele também ignorou a operação Lava Jato fez uma única citação ao trabalho da Polícia Federal, apenas para exaltar o trabalho da corporação na apreensão de drogas.

Alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal conduzidos pela PF, Temer já manifestou publicamente contrariedade com o vazamento de informações de investigações contra ele.

Temer também fez uma rápida menção à reforma da Previdência, que naufragou em sua gestão. Mas preferiu dividir a responsabilidade sobre a proposta.

“Se engana quem pensa que a reforma da Previdência não será aprovada”, disse, ao destacar que o assunto será debatido durante a campanha eleitoral pelos candidatos a mandato eletivo no pleito de outubro.

No discurso, Temer disse que o desemprego —um dos principais problemas da sua gestão— “parou de crescer”, embora ele atualmente seja maior do que na época em que ele assumiu o Planalto após o impeachment de Dilma.

O presidente citou nominalmente quase todos os ex-ministros, que deixaram os cargos para concorrer a cargos eletivos, e afirmou que a responsabilidade daqueles que assumiram em abril é grande. “Vocês estão substituindo um time vencedor”, disse.

Entretanto, ele não citou o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, um dos principais auxiliares que, após deixar o governo na esteira de acusações feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, está preso desde o ano passado. Tampouco mencionou o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, outro aliado próximo que também chegou a ficar preso até ser recentemente beneficiado com a prisão domiciliar.

“Não se trata de uma comemoração, porque temos muito ainda a fazer”, disse ele, ao citar que ainda há sete meses de sua gestão a cumprir.

Temer agradeceu o apoio dos congressistas, que o ajudaram a aprovar as reformas, e repetiu ter exercido uma espécie de semipresidencialismo na sua gestão. Afirmou novamente que os Poderes são independentes, mas harmônicos entre si. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), foram convidados, mas não estavam presentes à solenidade, alegando outros compromissos.

Ao final, o presidente defendeu a pacificação do país após as eleições. Ele disse que todos devem buscar o “bem comum” e disse que não se pode ter brasileiros contra brasileiros.