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Ministros, desembargadores, conselheiros do Tribunal de Contas, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores e muitos milionários são o que são, pelo menos no status, fruto dos primeiros investimentos “malsucedidos” do industrial João LyraSão todos? Não. Mas a maioria da velha guarda e alguns, ainda em posição de destaque, com certeza SIM.  

O homem que ajudou na criação do maior número de corruptos e parasitas da história de Alagoas está cada vez mais solitário. Aos 86 anos, segue lutando contra adversários, obstáculos e a própria limitação – da idade, dos recursos financeiros e meios que ainda dispõe, para finalizar um ciclo, iniciado em 1951.

A história do jovem empreendedor, que aos 20 anos de idade colocou uma usina de cana-de-açúcar para moer, confunde-se com a do industrial que transformou aquela usina (Laginha), na sede do maior conglomerado de empresas do Estado.

As fases da mutante vida de João Lyra também destoam, se compararmos com os jovens e empresários, desde a década de 50 aos anos de 2000. Joao Lyra não era considerado gênio, era empreendedor. Suas conquistas quebravam paradigmas e o faziam chegar até onde o nariz apontava. E foi este foco, com base apenas na mira do nariz, que João Lyra foi deixando de olhar para os lados. Dar um passo atrás, JAMAIS.

É aí onde entram os parasitas humanos. Disseram a João Lyra que o poder é capaz de tudo. Que ele tinha dinheiro, mas não tinha poder. O então maior empregador do Estado de Alagoas se encantou com o poder, deixando de lado a família e os poucos amigos que conseguiu chamar de “seus”.

Advogado aos 29 anos e industrial referência nos negócios, mais de cinco décadas sem atrasar um único dia de salários aos funcionários ou pagamento a fornecedores, João Lyra realmente era um caso a ser estudado por especialistas. Mas preferiu as consultas paralelas, no câmbio negro da perigosa combinação POLÍTICA-JUSTIÇA-PODER.  

A história de João Lyra, como escrevi antes, continua a ser escrita, mas ninguém pensou em alertá-lo de como seria bom para Alagoas se ele abrisse seu coração, hoje machucado, e contasse sua história. Como e quando começou, Alagoas conhece e agradece.

Para os que não sabem, no início do processo de falência o patrimônio do Grupo João Lyra era três vezes maior que o passivo. Para os que não sabem, o processo de falência jamais foi homologado e hoje, com milhares de trabalhadores e fornecedores à espera de um milagre, o passivo já é maior que o ativo do Grupo.

Como explicar que o Grupo era solvente e hoje é falido? Os juízes da falência deveriam ser peça-chave, assim como os indicados para administrar a massa falida. A venda e o valor pela Mapel, por meio de uma decisão judicial do Estado da Paraíba, é apenas um dos mistérios do que poderia virar série no Netiflix.

João Lyra errou porque seguiu apenas o rumo do nariz. Jogou fora seu patrimônio pela prepotência de quem imaginava ter tudo, mas também é vítima de criminosos que o induziram ao erro e o consequente desajuste fiscal. 

Por fim, João Lyra bem que poderia dividir a responsabilidade pelo fracasso. Ele sabe e já compreende que, se o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apenas fizesse uma correição judicial, muitos da política e do judiciário seriam presos. Para se ter uma ideia, no Tribunal de Justiça de Alagoas até o presidente “foi aconselhado” a se averbar suspeito. Não que ele esteja envolvido, é que talvez tivesse que ir longe demais (se é que me entende). 

Na manchete deste post chamei de delação premiada, mas seria, na verdade, um acerto de contas com a sociedade, que lhe culpa pelo fracasso.  

Fica uma única pergunta: Para onde foi o dinheiro arrecadado com a venda dos bens do Grupo João Lyra?