Luiz Inácio Lula da Silva construiu uma história de vida capaz de despertar emoções e simpatizantes que o levar à presidência de uma grande nação. Levou a maioria dos brasileiros, ignorantes ou cultos, a lhe conferir um crédito especial. Eu fui um deles.
Nunca simpatizei com as esquerdas, e tampouco com o PT – Partido dos Trabalhadores, mas no Lula acreditei, a ponto de ser levado a lhe dizer pessoalmente que me tornara “lulista”.
Escaldado por um governo de um homem culto, sociólogo, cientista político, professor universitário e escritor, ocasião em que vi a universidade federal ser sucateada e os professores terem seus salários praticamente congelados por oito anos, fiquei atoleimado ao ver um semianalfabeto começar a reconhecer o mérito de uma instituição de ensino superior. Daí passei a observar seus feitos e, consequentemente crescer minha admiração pelo operário Lula, do povão e presidente da nação.
Esbanjando o apoio popular, se arvorou da missão de ser o salvador de um país de miseráveis. Construiu uma leva de seguidores, uma militância espontânea, que passou a lhe assegurar uma claque fiel e determinada a alimentar o seu ego.
Possivelmente aliado à vaidade e ganância, o poder o levou a errar. Se vendo passar de um simples operário a um homem rico e poderoso, entregou-se aos afagos de grandes construtoras a ponto de orquestrar o loteamento da máquina pública, como se nada de errado pudesse estar fazendo. Para tal passou a liderar, sem a menor consternação uma verdadeira organização criminosa.
Lula deixou o poder e a glória lhe subirem à cabeça, que o levou a errar grosseira e insensivelmente, dando início à sua destruição por completo e de forma desprezível.
Mas tudo tem seu tempo, o tempo da verdade, o tempo da justiça. Dos aplausos, passou a ser o ex-presidente da indignação e fonte de piadas. Lula virou chacota, pândega sendo rechaçado por uma maioria crescente. Restou-lhe apenas aqueles analfabetos políticos, militantes sustentados a pão com mortadela ou os que se locupletaram dos seus atos, de sua omissão, de sua corrupção.
Lula errou ao conjeturar a inexistência de alguém a sua altura e, o que é pior, a se equiparar em honestidade a Jesus. Lula errou ao repetir que nada sabia, quando descaradamente mentia para não assumir sua participação em atos espúrios.
Lula se tornou um elemento oportunista e bufarinheiro. Esquecendo os seus amigos antigos e, olhando apenas para o próprio umbigo, abraçou a traição e os deixou ao léu e na prisão! Foi incapaz de reconhecer um erro sequer.
Lula assassinou o Luiz – operário e simples – e deixou para trás a possibilidade de se perpetuar como o salvador de um país de miseráveis.
Não posso odiar o Lula.
Apenas tenho pena dessa figura que, mesmo no alto de sua arrogância e insanidade, deixa transparecer claramente o definhar do poderia se tornar um grande homem – um verdadeiro e inesquecível líder.