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Vítima morava em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte. É a sexta morte no estado por conta da doença desde julho de 2017. Ministro afirma que não há risco de desabastecimento da vacina, apesar da decisão de fracionar a dose em São Paulo, Rio e Bahia

10/01/2018. Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil. Brasil. São Paulo – SP. Secretaria da Saúde reabre o Horto Florestal após campanha de vacinação contra febre amarela da população da zona norte.

Mais uma morte em decorrência da febre amarela foi confirmada. Desta vez, em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte. A vítima é um pintor de 46 anos, residente em São Paulo, que estava no município mineiro para passar as festas de fim de ano com a família. Ele foi internado com os sintomas da doença no dia 2 e morreu na sexta-feira passada. Outros “dois novos casos de suspeitos” em bairros da região estão em investigação, segundo a prefeitura. Segundo o governo de Minas, desde julho de 2017 até o início desta semana, seis mortes por conta da doença ocorreram no estado.

 
Ontem, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que não há risco de desabastecimento da vacina contra a febre amarela no país. Segundo Barros, todos os anos, o governo distribui 13 milhões de doses em áreas específicas. Apesar disso, de acordo com o Ministério da Saúde, todo o planejamento de vacinação é estratégico e, portanto, não é possível divulgar o estoque do órgão. Desde terça-feira, a pasta usa doses fracionadas da vacina em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, em uma tentativa de conter o surto.

Com a medida, a ideia é combater a expansão do vírus para áreas próximas. A fracionada tem apenas 0,1ml e pode proteger por, pelo menos oito anos, enquanto a original tem 0,5ml e imuniza pela vida inteira. Barros garantiu que a dose menor tem a mesma eficácia da integral. No ano passado, foram registrados 777 casos da doença no país, e 261 mortes. A região mais afetada é a Sudeste, com 764 casos, seguida por Norte, com 10 casos, e Centro-Oeste, três. 

Na opinião do médico infectologista Julival Ribeiro, o Brasil não tem capacidade de produzir vacina em caráter emergencial, e, por isso, seria necessário que o governo tivesse feito um planejamento estratégico antes do surto. Segundo ele, apesar de a vacina fracionada funcionar, é preciso planejar a longo prazo. “Desde 2016 estão dizendo que esse problema aumenta. Então, deveria haver um plano. Por que não se entrega vacina rotineiramente? Será que eles não analisaram isso antes?”, questionou.

Segundo Ribeiro, é necessário que a vacinação comece pelos moradores de áreas de alto risco, como, por exemplo, os de zona rural. “Não adianta chamá-los para vir tomar vacina aqui, porque eles não vão vir. Tem que montar equipes e ir até lá para vacinar”, comentou. “A febre amarela não está controlada porque o governo já deveria ter desenvolvido um programa. Mesmo porque a gente sabe que a doença é endêmica em algumas regiões do Brasil. Sabendo disso, por que não fizeram um planejamento para as pessoas de áreas rurais?”, comentou.

Saiba maisO infectologista também não descarta a possibilidade de a febre amarela se tornar urbana, ou seja, sair das zonas rurais. Segundo ele, a morte de inúmeros de macacos, o vírus circulando densamente em população com baixa cobertura vacinal e índice de infestação do Aedes aegypti são fatores de risco para uma reurbanização da doença. “Se há macacos morrendo, significa que o vírus está circulando abundantemente.  Então, você tem uma população que não está bem imunizada e também tem o verão no qual o Aedes cresce. São todas essas problemáticas com que você pode na realidade ter uma febre amarela urbana”, avaliou. “Eu vou à mata, posso ser picado pelo mosquito, e aí venho pra área urbana. E vamos supor que eu esteja com o vírus da febre, então, o mosquito pode me picar e se picar outras pessoas, e começa uma febre urbana. Infelizmente, o Brasil não toma as medidas corretas em relação à doença”, disse.

Outro problema, segundo o infectologista, é que a doença também está ligada aos impactos ambientais. Para ele, é necessário pensar os motivos da migração da doença para áreas que antes não eram consideradas de risco. “O problema é que estamos cada vez mais adentrando as florestas, destruindo as matas, e os mosquitos querem sobreviver. É o ciclo natural”, completou. “É uma doença grave. Muitos pacientes sobrevivem, mas, em outros, quando a doença está em um quadro grave, a letalidade é muito alta”, concluiu.

1. Como se prevenir da febre amarela?

A única forma de evitar é a vacinação contra a doença.

2. A partir de quantos meses um bebê pode se vacinar?

A partir dos 9 meses.

3. Gestante pode tomar vacina?

Não.

4. Como é a transmissão?

A febre amarela é transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infectados.

5. A doença passa de pessoa para pessoa?

Não existe transmissão de pessoa a pessoa. A doença é sempre transmitida pelo mosquito contaminado.

6. Quais são os sintomas?

Se a pessoa não está vacinada, é preciso verificar se aparece febre e dores de cabeça, no corpo ou abdominal. Nesses casos, é aconselhado procurar uma unidade de saúde

7. Como se caracteriza uma epidemia de febre amarela?

É epidemia quando a doença atinge grande parte dos municípios de um estado ou outras áreas territoriais de um país.

Fonte: Ministério da Saúde