https://webradiojuventude.com/portal/wp-content/uploads/2023/07/Hosp-do-Coracao-728pxl-x-90pxl-1.pnghttps://webradiojuventude.com/portal/wp-content/uploads/2023/09/728x90-2CT-1.gif

As investigações da Polícia Federal (PF) indicam que o irmão do ex-governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho (PSDB), o empresário Elias Vilela, teria solicitado em nome do chefe do Executivo estadual a propina paga pela empreiteira Odebrecht. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (1) pelo delegado que conduz as investigações, Antônio Carvalho.

Na última quinta (30), a Operação Caribdis, que investiga pagamento de propinas e superfaturamento nas obras do Canal do Sertão cumpriu mandados de busca e apreensão em Alagoas, Bahia, São Paulo e Brasília. As fraudes levaram a um prejuízo de R$ 70 milhões aos cofres públicos.

“Segundo os colaboradores da Odebrecht, eles afirmaram que foi o irmão dele, Elias Vilela, quem teria solicitado vantagem indevida, ou seja, solicitado propina”, disse o delegado da PF.
De acordo com a PF, Teotonio Vilela Filho recebeu propina no valor de R$ 2,1 milhões em três parcelas. 

Além dele, também aparecem na lista da Odebrecht os nomes do ex-secretário da Infraestrutura Marcos Antônio Fireman, que atualmente é secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, e de Fernando Nunes, ex-secretário executivo da Infraestrutura.

O ex-governador, seu irmão e o engenheiro da empresa Cohidro, Geronimo Leonel, prestaram depoimento nesta tarde à PF. Os indícios de fraudes no Canal do Sertão foram descobertos durante o andamento da Operação Lava Jato.

De acordo com o delegado Antônio Carvalho, todos negaram o recebimento de propina e qualquer contribuição para fraudar a licitação. Entretanto, os suspeitos confirmaram que as reuniões com pessoas da construtora Odebrecht aconteceram.

Por meio de nota, a assessoria de Teotônio Vilela informou que o político tem consciência de que não praticou nenhum crime e que a verdade será restabelecida.

Para o delegado, os indícios de crimes são claros. “Esse é o ponto que chama atenção. É impossível negar a coincidência de datas em que alguns deles estavam em São Paulo quando o suposto pagamento de propina aconteceu”, coloca Carvalho.

Sobre a informação de que representantes da Odebrecht tiveram uma reunião com os investigados em um hotel em Maceió em 2014, os suspeitos alegam que foram debatidas apenas questões institucionais, como uma provável paralisação da obra em virtude do não repasse de recursos por parte do governo.

“O governo de Teotônio Vilela queria acelerar a obra e concluí-la. Para ele, o Canal do Sertão seria a grande obra. Então, ele sempre afirmou que as reuniões eram por conta dessas questões”, diz.

Ainda segundo a PF, o empresário Elias Vilela disse em depoimento que participou destas reuniões apenas por interesse na obra.

“Eu não vejo nenhuma justificativa para uma pessoa que trabalha no ramo da cana-de-açúcar fazer parte de uma reunião com empreiteiros que trabalham na área da construção civil”, questiona o delegado.

A expectativa da PF é de que Fireman e Nunes sejam ouvidos já na próxima semana. “Para concluirmos o inquérito, contamos apenas com essas declarações restantes. Vamos analisar os depoimentos à luz das outras provas que existem e vamos remeter para o Ministério Público Federal (MPF) tomar as providências”.

Em relação aos crimes previstos na lei de licitações que teriam ocorrido no começo do ano de 2010 e alguns também no final do ano de 2009, existe uma grande preocupação por parte da PF e do MPF de que não haja punição.

“As penas são pequenas, então há um risco iminente de prescrição e assim eles ficariam impunes pelas práticas dos crimes previstos na lei de licitações”, expôs.

A PF solicitou também a decretação de prisão preventiva de um dos investigados na ação, mas não divulgou de quem. 

 

fonte : g1