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Sonia Zaghetto

 A passagem de Lula pelo Rio de Janeiro me pôs um gosto amargo na boca. Espetáculo deprimente que me deixou entre a incredulidade e a náusea.

Como traduzir o desgosto que senti por testemunhar que tantos brasileiros nada aprenderam com a história recente? Uma desesperança anestesiante por ver parte de nosso povo compactuar, apoiar e incentivar o crime, a corrupção e o populismo mais barato.

A voz rouca de Lula despejava uma avalanche de informações manipuladas, abusava de baixezas, argumentos tortos, frases de efeito, provocações baratas. A reação de estudantes e professores? Delírio.

O ex-presidente insistia na velha estratégia de incentivar o ódio entre os brasileiros, transferia responsabilidades, apresentava-se como herói e salvador. E a turba respondia como se estivesse embriagada.

O presidente Lula fala para funcionários da Petrobras: discurso inflamado.  (Foto: Rafael Andrade/Folhapress)

Lula ousou falar em honradez e caráter. E toda aquela gente o aplaudiu, numa espécie de histeria coletiva difícil de acreditar. Sua fala foi pontuada por gritos fanáticos, palavrões (de incentivo), gargalhadas e aplausos.

Vi naqueles olhos vidrados uma espécie de febre moral, que torna as pessoas incapazes de raciocinar e que lhes compromete o senso crítico.

 Lula é uma doença. E é difícil de curar.

Mais uma vez o ex-presidente se comparou a uma jararaca.

Qualquer ser humano minimamente coerente rejeitaria ser associado a uma cobra peçonhenta, que espalha veneno e morte. Não Lula e seus ouvintes intoxicados, que tudo aceitam. Foi, ainda uma vez, delirantemente louvado.

Lula fingiu que não está diretamente ligado aos crimes que espoliaram a Petrobras e agiu como se não houvesse sido parceiro dos que devastaram o Rio de Janeiro e a UERJ. Eximiu-se de toda responsabilidade pela degradação que tomou o País. E os que o ouviam? Balançavam as bovinas cabeças concordando.

Não se trata mais de política, mas de caráter – ou da falta dele.
Lula, no Rio de Janeiro, foi uma bofetada no rosto de quem ainda tem apreço pela palavra decência.

Por Sonia Zaghetto 

Fonte: https://veja.abril.com.br