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ATENTADO CONTRA DEODORO

Desenho de M. Parys.

José da Costa Azevedo, o Barão de Ladário, Ministro da Marinha, vem chegando no carro ministerial e Deodoro ordena sua prisão. Ladário puxa uma pistola e atira. Erra. Atira novamente, mas os Tenentes Müller e Adolfo Pena também atiram. Deodoro grita: “Não matem esse homem! ”, mas o Barão tomba com dois tiros (um deles na região glútea) e uma coronhada. Foi socorrido recuperando-se posteriormente.

Deodoro, com a ajuda do sobrinho, Capitão Pedro Paulino Fonseca Galvão entra no QG.

Segundo o alferes mato-grossense Cândido Rondon, o Marechal ao entrar no prédio gritou – “Viva a sua Majestade, o Imperador”. Junto a Floriano Peixoto se dirige ao 1º andar e diante do silêncio de todos fala se dirigindo a Ouro Preto: “Vossa Excelência e seus companheiros estão demitidos por haver perseguido o Exército. Os senhores não têm, nem nuca tiveram Patriotismo”. Falando ainda sobre a Guerra do Paraguai, determina a prisão de Ouro Preto e de Cândido de Oliveira, Ministro da Justiça e posterior deportação. Deodoro conclui sua fala e diz: …quanto ao Imperador, tem minha dedicação… seus direitos serão respeitados e garantidos.

Atendendo a pedidos de Floriano, Deodoro liberta os dois ministros da prisão e desce do prédio recebendo a aclamação de todos.

Um oficial mais exaltado dá vivas à República e Deodoro rebate: “Descanse, nossa causa triunfou”. Diante de outro viva volta a falar: “Deixe ao povo essa manifestação” e toma a dianteira da tropa em direção ao Arsenal de Marinha.

Deodoro, mesmo com dificuldades, constata que tudo está bem e ordena aos regimentos que voltem aos quartéis e volta para casa.

A PROCLAMAÇÃO

À tarde do mesmo dia 15, Benjamim Constant e os republicanos Aníbal Falcão, Pardal Mallet e Silva Jardim percebendo que a República não havia sido proclamada, arregimentam algumas pessoas, se dirigem para a Câmara onde redigem um documento com o seguinte teor:

“ O POVO, REUNIDO EM MASSA NA CÂMARA MUNICIPAL FEZ PROCLAMAR, NA FORMA DA LEI AINDA VIGENTE, PELO VEREADOR MAIS MOÇO, APÓS A REVOLUÇÃO QUE ABOLIU A MONARQUIA NO BRASIL, O GOVERNO REPUBLICANO.

… CONVENCIDOS DE QUE OS REPRESENTANTES DAS CLASSES MILITARES, QUE VIRTUALMENTE EXERCEM AS FUNÇÕES DE GOVERNO NO BRASIL, SANCIONARÃO ESTE ATO, ESPERAM OS ABAIXO-ASSINADOS A PRONTA E IMEDIATA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. ”

De posse do documento, um grupo de manifestantes se dirige à casa do Marechal Deodoro que não sai da cama por estar com falta de ar e pés inchados.

Naquele instante o Imperador aceita a saída de Ouro Preto e nomeia para o cargo o Senador gaúcho Gaspar Silveira Martins, inimigo de Deodoro desde o tempo em que servira no Rio Grande do Sul, ocasião em que ambos disputaram as atenções da baronesa do Triunfo, viúva muito bonita e elegante, que, segundo os relatos da época, preferira Silveira Martins. Este fato foi aparentemente decisivo para o líder em sua decisão final.

Constant segue então para o Instituto dos Meninos Cegos, próximo dali, e junto a Bocaiuva, Aristides Lobo e Francisco Glicério redigiram os primeiros decretos.

O primeiro artigo inaugural do novo Governo afirma: “FICA PROCLAMADA PROVISORIAMENTE E DECRETADA COMO FORMA DE GOVERNO DA NAÇÃO BRASILEIRA A REPÚBLICA FEDERATIVA”.

A Presidência do Governo ficaria com o Marechal Deodoro da Fonseca, o Ministério das Relações Exteriores com Quintino Bocaiúva, o da Agricultura com o gaúcho Demétrio Ribeiro, o da Fazenda com Rui Barbosa, a Justiça com Campos Sales, enquanto Constant e Wandenkolk assumem respectivamente os ministérios da Guerra e Marinha.