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Pesquisas de opinião servem sistematicamente para medir a satisfação da população com as políticas públicas, e por que é tão difícil prover saúde de qualidade nos estabelecimentos de saúde ?

Para responder a essa pergunta, é preciso entender quais são as diretrizes do setor no país. A constituição de 1988 deu ao Estado brasileiro a responsabilidade de garantir o acesso universal, integral e gratuito à saúde.

São princípios do SUS a universalidade, que garante aos cidadãos o acesso a serviços de saúde públicos ou privados sem que, para isso, sofram dificuldades financeiras, a Integralidade que garante a cobertura total das ações de saúde, independente da natureza ou do nível de complexidade dos serviços de saúde e a gratuidade que corresponde à ausência de custos para o usuário no momento do uso pela contribuição com o sistema através de impostos e taxas.

A adoção desses princípios fundamentais, a partir da Constituição Federal de 1988, representou uma grande conquista democrática, que transformou a saúde em direito de todos e dever do Estado. Antes do SUS, apenas pessoas com vínculo formal de trabalho (carteira assinada) ou que estavam vinculadas à previdência social poderiam dispor dos serviços públicos de saúde. A opção para as demais pessoas era pagar pelos serviços privados.

Hoje, mais de 25 anos depois da Constituição e da criação do SUS, embora o sistema sofra problemas financeiros, políticos e administrativos, prevalece a ideia de que o SUS é para todos os brasileiros e muitas políticas públicas floresceram a partir dessa visão. A distribuição gratuita de medicamentos para várias doenças crônicas e a reconhecida Política Nacional de DST/AIDS são exemplos de iniciativas que decorrem da perspectiva de se pensar a saúde como um direito universal.

Para organizar o Sistema Único de Saúde foram criados os Conselhos de Saúde pela lei 8.142/90, nas três esferas de gestão para garantir participação popular, onde todos pudessem fortalecer a estrutura e o funcionamento dos serviços pelos diversos segmentos da sociedade. Um espaço para o exercício da cidadania para uma construção coletiva objetivando atender as necessidades das comunidades.

Portanto o que conquistamos nos movimentos sociais  para garantir participação da sociedade civil nos processos decisórios,pelo fortalecimento do sistema, hoje se apresenta frágil não somente pela falta de interesse da população mas também pela condição que se apresentam nossos governantes. Isso tudo somado a brecha  na lei 8.080/90  que acaba permitindo a participação do setor privado de forma complementar ,o que tem oportunizado aos corruptos no governo atuar de forma criminosa promovendo os desmanches do Sistema Único de Saúde.