O candidato à presidência da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal) pela chapa 2, Pedro José de Lima Neto, denunciou nas redes sociais o suposto descaso da entidade com um ônibus “que estaria virando sucata”, no bairro Santa Amália, em Maceió.
Segundo Neto, o veículo, comprado com recursos próprios da associação, foi abandonado há três anos e reapareceu nesta semana em um estacionamento particular nas imediações da antiga rotatória da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Não é a primeira vez que o candidato cobrou explicações sobre o desuso do coletivo. A primeira denúncia, também realizada nas redes sociais, informava que o ônibus já encontrava-se sem a bateria, que foi roubada, e com o elevador para a acessibilidade destruído.
“Agora, misteriosamente, o ônibus (…) reapareceu em um espaço particular, com diárias de cerca de 15 reais”, pontuou.
“Outra informação relevante é a utilização do veículo para campanhas eleitorais. O ônibus está com adesivos de um candidato a vereador”, alegou.
Neto disse ainda que foi ameaçado pelo tesoureiro da associação, Carlos Roberto Dias, que comentou no perfil de Facebook de um amigo que o candidato opositor merecia uma surra pela denúncia sobre o ônibus.
Outro lado
A reportagem conversou com o presidente da Adefal, João Ferreira, que busca a reeleição pela chapa 1. Ferreira negou que o ônibus esteja em estado precário. “É denúncia de oposição. Temos usado o transporte quando precisamos ou temos alguma programação. E em nenhum momento, o veículo foi usado como campanha eleitoral”.
E reiterou: “vamos utilizá-lo na quinta-feira para levar os associados ao Centro de Convenções. Na semana passada estivemos na orla. O veículo está em plena atividade”.
Já o tesoureiro Carlos Roberto informou que o “merecia uma surra” foi apenas uma força de expressão.
“Estamos sofrendo muito com a perseguição de Pedro José e escrevi aquilo em um momento de revolta. Nunca faria nada contra ele e contra ninguém”, esclareceu.
A presidência enviou um vídeo do ônibus alvo da denúncia sendo utilizado por associados como prova de que o veículo estaria em boas condições.
Confira o vídeo
Eleição sem data para acontecer
A polêmica envolvendo a eleição para a nova diretoria da Adefal está longe de chegar ao fim. A pendenga se arrasta desde 7 de abril deste ano, data em que deveria acontecer o pleito.
Sem novidade, o recurso de Agravo de Instrumento que suspendeu a eleição encontra -se pendente de julgamento. Na verdade, o processo ainda será pautado para julgamento da Câmara Civil.
A última tentativa de ocorrer a eleição aconteceu em 14 de junho, mas foi cancelada devido a uma decisão do desembargador Kléver Loureiro sob o argumento de que não tivera tempo de analisar o processo. Na ocasião, integrantes da Adefal realizaram um protesto na Avenida Fernandes Lima e uma comissão foi até o Tribunal de Justiça (TJ) pedir explicação.
Vale ressaltar que uma semana antes, a 5ª Vara havia decidido que não há irregularidades na votação, mas uma das chapas impetrou um recurso pedindo o cancelamento.
Duas chapas concorrem à presidência. A primeira é encabeçada pelo atual presidente, João Ferreira, já a segunda, que alega irregularidades na comissão eleitoral, tem Pedro José como principal nome. Cerca de dois mil associados estão aptos a votar. (Com Maria Salésia)