https://webradiojuventude.com/portal/wp-content/uploads/2023/07/Hosp-do-Coracao-728pxl-x-90pxl-1.pnghttps://webradiojuventude.com/portal/wp-content/uploads/2023/09/728x90-2CT-1.gif

A raça negra tem sido rechaçada em várias partes do mundo, apesar dos estudos que apontam como uma das mais antigas da humanidade, o que poder-se-ia deduzir ser a mais evoluída e, como tal, mais respeitada. Não me proponho a contextualizar nessa linha de raciocínio, mas apenas tecer alguns comentários sobre o problema do racismo no Brasil.

Apesar dos pertencentes à raça negra, que hoje preferem uma autodenominação de afro descendentes (o que considero acertado pelo domínio da miscigenação), se dizerem discriminados, eu me reservo a evidenciar algumas restrições a essa afirmativa.

Acredito poder ser observado nitidamente no Brasil a existência de uma aversão às pessoas de classes sociais inferiores, não tanto às raças. A origem do negro no país tem origem na escravatura e, em decorrência, nas classes sociais de menor poder aquisitivo. Daí a possível ambígua interpretação às eventuais ocorrências excludentes em nosso território. Atrever-me-ia afirmar que existem nítidas evidências de atitudes preconceituosas ou discriminatórias em relação a classes sociais e não as que sustentem uma superioridade biológica, cultural e/ou moral de raças. Observe-se que não existe nenhum registro de qualquer manifestação racista a um negro que se projete como celebridade (Pelé, como exemplo) ou mesmo a quem apenas se apresente bem vestido, engravatado, perfumado e eloquente. Por outro lado se um branco, louro até, se apresentando malvestido, maltrapilho mesmo, se atrever entrar em algum ambiente público refinado será rigorosamente repelido. Observa-se no meio urbano que pessoas, independentes da raça, mas por se aparentarem farroupilhas, são evitadas, repelidas e até suspeitas de serem marginais.

Ignorando essas constatações observamos intrépidos grupos negros empenhados no que denominam luta pela igualdade racial, não percebendo que algumas dessas atitudes podem ser consideradas meramente racistas e que estão dando origem a uma reação que vem crescendo assustadoramente no Brasil. Não se pode externar hoje alguma opinião contrária aos interesses emanados desses grupos que logo se sente uma pesada reprimenda de seus simpatizantes.

Os objetivos dos afro-descendentes são os ganhos sociais, nada mais do que natural. No âmbito da educação superior, entretanto, se analisado com isenção de paixões, podem ser aferidas mais perdas do que propriamente ganhos. A reserva de cotas para negros é um exemplo crasso que não tem passado de uma mera facilidade de ingresso na academia superior para pessoas que, em sua maioria, não têm a menor condição de igualdade cultural com os demais que se submetem ao exame seletivo. Sem a necessária igualdade pela deficiente formação de base medida de modo já insatisfatório pelo vestibular, essas pessoas acabam encontrando inúmeras dificuldades de acompanhamento no desenrolar do curso quando são inseridas numa competição desleal. Isso sem citar o constrangimento a que inevitavelmente são submetidos por verificarem que se encontram em desigualdade cultural com os demais colegas.

Outro ponto discutível e que tem gerado inúmeras querelas é como, diante de tanta miscigenação, aferir quem é ou não da raça negra. Existe até o famoso caso dos irmãos univitelinos quando um deles não foi aceito como negro.

Acredito que todo e qualquer grupo, seja ele racial, religioso, político, etc., deve lutar por melhorias e direitos. Nas lutas pela igualdade racial entendo que os negros teriam maior aproveitamento engrossando as fileiras dos que já reivindicam qualidade, mais que quantidade, no ensino público infantil e médio. Desta forma todos, dos mais aquinhoados aos menos favorecidos (não necessariamente negros) poderiam ter o acesso ao ensino superior de forma justa e igualitária. As cotas, na realidade, podem implicar em conferir aos seus beneficiados um atestado de incompetência. Isso sim é prejudicial.