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Pelo que se observa o lixão não foi encerrado e ao que parece a área foi simplesmente abandonada

Foto: Valmir Francelino

A Lei nº 12.305 define, desde 2 de agosto de 2010, que todos os rejeitos do país (lixos) devem ter uma disposição final ambientalmente adequada, ou seja, não causem poluição.

Como foi publicado neste site em 29 de março passado, um encerramento de um lixão não é a simples parada das atividades de colocação de mais lixo num local. Encerrar um lixão requer medidas concretas que vão muito além do divulgar na mídia que o lixão foi fechado. Devem ser envolvidos todos os setores da administração pública, principal responsável pelos danos ao meio ambiente.

É bom lembrar que os danos de um lixão continuam sendo severos ao meio ambiente e à saúde pública, mesmo após ao encerramento de suas atividades. Se esse lixo foi coberto ou não com terra, isso não importa. Parte dele vai se decompor e a umidade que ele possui junto a água da chuva vão criar um problemão chamado chorume, um líquido muito poluente. Para complicar ele vai escoar até onde der e esse “onde der” geralmente é um lençol subterrâneo de água, contaminando-o.

Mas o que fazer com eles?

Com o encerramento de um lixão, é imperioso que o local receba a imediata reparação da área. Estudos apontam que a forma mais adequada é a retirada de toda massa de lixo para uma unidade de tratamento de resíduos sólidos e, logo após a limpeza da área, que deve ser recoberta com solo da região. O problema é que essa medida tem um custo elevado, e nenhum prefeito gosta, tal como o de Marechal.

A boa notícia é que ela pode ser substituída por uma rigorosa limpeza da área, drenar as águas superficiais, coletar e tratar o biogás e o chorume. Paralelamente toda área deve ser recoberta por vegetação nativa. Custo bem menor.

Portanto a novela do lixão de Marechal Deodoro não está encerrada e os problemas ambientais continuam, como foi constatado pela equipe do webradio. Ao que parece a área onde funcionava o lixão foi simplesmente abandonada e não tratada.

Bons Exemplos

A cidade de Igarassu (PE), na região metropolitana do Recife, é uma das que conseguiram isso com a participação ativa no processo de fechamento do lixão da Promotora de Justiça do Recife, Selma Carneiro. Selma conta que as primeiras medidas foram paliativas. O município teve que cercar o lixão, para evitar acesso de pessoas e animais, e controlar a entrada e saída de caminhões.

Portanto a participação do Ministério Público e do Legislativo devem ajudar muito ao prefeito solucionar definitivamente o problema do lixo e da poluição ambiental de Marechal Deodoro. A reciclagem dos catadores e educação ambiental dos munícipes foi fundamental para o sucesso do projeto.