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Os manguezais em Marechal tendem a sucumbir ante a ganância dos empresários do ramo imobiliário

Arquivo blog ATUALIDADES

O que há bem pouco tempo era uma reserva ecológica, assim classificada por ter “uma estrutura biofísica que integra o conjunto de tipologias que, pelo valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais, são objeto de proteção especial.” – (http://www.ccr-norte.pt/pt/ordenamento-do-territorio/reserva-ecologica-nacional-2/#sthash.ANTmPOBC.dpuf), hoje já se mostra uma área degradada e sem a menor proteção das autoridades ambientais.

Desde 2011, quando o blog atualidades-md denunciou a queimada de vegetação nativa, com retirada de mangues e aterro desordenado, a Praia do Saco da Pedra vem sendo massacrada pela ganancia da exploração imobiliária e até os “defensores da natureza” se desnudam de sua posição de ecologistas para construir, destruindo e invadem manguezais, restinga e carrascos, como foi o caso da inicial tentativa de implantação de um loteamento (Recanto das Tartarugas).

Desde então pouco ou nada se divulga sobre esta área e tampouco vinha sendo feito em benefício do meio ambiente.

 

ORLA LAGUNAR EM EXTINÇÃO

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No restante dos mais de 7 quilômetros de orla lagunar, desde seu início na boca da Barra da Praia do Saco, casas e bares vêm tomando posse da margem e imediações e nesse processo destruindo muito dos manguezais. O processo é lento, o que não desperta a atenção das inadvertidas e displicentes autoridades.

O problema da ocupação não reside em apenas deixar áreas livres para o acesso à laguna, mas também pela possibilidade de contaminação das águas pelos esgoto e lixos. A existência de fossas sépticas, caixas de gordura e a possibilidade de recolhimento do óleo de cozinha para reciclagem não eliminam a poluição pela falta de fiscalização rigorosa e de educação da população.

A laguna também vem sendo agredida com a enorme quantidade de loteamentos recentemente implantados com suas galerias de águas pluviais que são lançadas diretamente na laguna e onde, frequentemente, sofrem com ligações clandestinas de esgotos residenciais.

 

NOVOS PROJETOS

Imagem Ilustrativa

Qualquer obra de melhorias e infraestrutura em toda ou parcial extensão, será bem vida, como a revitalização da orla lagunar ora anunciada e que, sem sombra de dúvidas, é também uma forma de resguardar a natureza evitando avanços indesejáveis na Laguna.

Os contratos assinados junto à Caixa Econômica Federal (CEF) pelo prefeito Cláudio Filho garantem obras de urbanização da Orla Lagunar da Massagueira e incluem pavimentação de ruas da Barra Nova.

Os recursos, totalizando R$ 1,5 milhões, destinados às obras já estão empenhados. As emendas para a urbanização da Orla Lagunar do povoado Massagueira tiveram a iniciativa do deputado federal Ronaldo Lessa e do senador Fernando Collor. Por sua vez, as verbas destinadas à pavimentação da Barra Nova foram garantidas pelo deputado federal Cícero Almeida.

O projeto de urbanização da orla da Massagueira conta com quadra poliesportiva, academia social, playground, barracas, palco para apresentações artísticas, píer, mobília social, entre outros equipamentos que irão beneficiar moradores, turistas e empresários locais.

 

RECOMENDAÇÕES

“Antes de construir essa orla, tem que replantar o mangue e evitar que mais construções sejam feitas as margens dessa nossa belíssima lagoa! ” – recomendou um internauta no mural de recados de um site de notícias.

Os bares e casas antigas e recém construídas devem ser rigorosamente monitorados para que não tomem conta do espaço impedindo que as pessoas possam caminhar ou pescar. As fiscalizações devem ser constantes, para identificar ainda os dejetos dessas casas e bares como estão sendo tratados.

A limpeza lagunar que retira toneladas de lixos esporadicamente, devem ser intensificadas e não apenas feitas em ocasiões esporádicas mais para aparecer na mídia do que resolver o problema. Falta manutenção dos projetos de limpezas. As campanhas de educação para a proteção da natureza, devem também ser rotineiras e sem demagogia.

 

OS MANGUEZAIS REMINISCENTES

Com seus 230 km de extensão, a zona costeira alagoana possui significativas áreas de manguezal. As maiores extensões estão concentradas no Litoral Norte, ao longo dos rios Manguaba, Camaragibe e Santo Antônio. Mas os especialistas alertam que esse ambiente vem sofrendo, além do litoral sul, grande pressão de diferentes impactos ambientais, decorrentes, principalmente, de ações diretas e indiretas do homem sobre a natureza, o que chamam de atividades antrópicas, como a especulação imobiliária.
Apesar dos mangues serem considerados áreas de preservação permanente, inclusive com legislação federal específica, estimativas indicam que, aproximadamente, 25% dos manguezais brasileiros, ecossistemas frágeis, mas de extrema riqueza biológica, já tenham sido destruídos.
As Lagunas Mundaú e Manguaba são as mais ameaçadas em consequência da especulação imobiliária e da ação de grandes latifundiários que estão derrubando o mangue para construção de condomínios de luxo. “O ecossistema dos mangues está sendo substituído por coqueiros”, reclama a professora Tereza Calado, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).