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Uma ordem de fechamento do metrô de Bruxelas foi enviada por e-mail pela polícia federal antes dos atentados terroristas de março, mas nunca atingiu seu destinatário, pois foi encaminhada ao endereço errado. Essa informação foi revelada por uma comissão parlamentar, instaurada na Bélgica para investigar os ataques de 22 de março.

O comitê ouviu depoimentos que comprovam que um alerta federal foi emitido pelo Centro Federal de Crises da Bélgica às 8h50 (horário local) do dia 22, quase uma hora após as explosões no aeroporto de Zavantem, com uma ordem para fechar o metrô e as principais estações de Bruxelas. Dezessete minutos depois, às 9h07, a polícia federal enviou ao oficial da polícia responsável pela rede metroviária da cidade, Jo Decuyper, um e-mail ordenando o fechamento do metrô até o meio dia.

Contudo, segundo a emissora CNN, Decuyper informou à comissão que o e-mail foi enviado para sua conta pessoal e que ele só soube da mensagem após o segundo ataque, que atingiu a estação metroviária de Maelbeek às 9h11. “Naquele momento eu não estava, obviamente, sentado na frente do meu computador”, afirmou o oficial, de acordo com o jornal belga De Standaard.

O envio de e-mails era uma das únicas opções naquele momento, já que os serviços telefônicos foram interrompidos em toda a área de Bruxelas após o primeiro ataque. Até mesmo as autoridades dispunham de poucos recursos para comunicação, ficando restritas aos serviços de internet dos smartphones, como o aplicativo WhatsApp.

De qualque forma, Decuyper afirmou à comissão parlamentar que nenhum e-mail poderia ter evitado a explosão, mesmo se ele tivesse chegado a tempo. “Mesmo se houvesse um botão para parar tudo e evacuar – o que obviamente não existe -, não teria como impedir” a explosão, disse. Segundo o oficial, em circunstâncias normais são necessários “pelo menos 30 minutos” para a evacuação da rede de metrôs. Além disso, a ordem da polícia federal era que o metrô fosse fechado até o meio dia, cerca de quatro horas após a primeira explosão no aeroporto. Somente após o segundo ataque, na estação de Maelbeek, o local foi fechado e a rede metroviária evacuada.

A nova informação obre a falha no envio do e-mail levanta novas dúvidas sobre a capacidade das autoridades belgas de enfrentar o terrorismo islâmico no país. A comissão parlamentar instaurada pelo governo busca justamente investigar os ataques de 22 de março e descobrir se eles poderiam ter sido evitados.

Os atentados em Bruxelas mataram 35 pessoas. As duas primeiras explosões foram causadas por dois homens-bomba no saguão do aeroporto de Zavantem e a terceira atingiu a estação Maelbeek do metrô. O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques.

(Da redação)