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O júri popular de Judarley Leite de Oliveira, acusado de matar o modelo Erick Ferraz, crime ocorrido no Réveillon de 2012, foi suspenso. O julgamento seria realizado  nesta terça-feira (5) na Comarca de Viçosa. O desembargador João Luiz Azevedo Lessa determinou o adiamento da sessão até que a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) julgue o mérito do pedido de desaforamento.

“Verifico a existência de indícios mínimos de que o réu, de fato, pode exercer influência sobre o corpo de jurados. Noutro giro, entendo as alegações de que a influência política da família do réu, bem como a manifestação da magistrada de que o temor é existente, são suficientes, quando demonstrados – o que será apreciado em momento oportuno, para gerar o desaforamento do julgamento”, explicou o desembargador.

O assistente de acusação relatou dúvidas sobre a imparcialidade dos jurados, uma vez que a família do réu seria temida na região e detentora de forte influência política. Ele afirmou que não teria segurança para a realização do júri em Viçosa ou em cidades vizinhas.

Ao prestar informações, a magistrada Lorena Carla Sotto-Mayor também destacou a possível imparcialidade do júri devido ao temor da população e se colocou à disposição para presidir o julgamento onde quer que seja realizado.”De fato, o acusado é pessoa temida na cidade. Se tal temor é ou não fundado, não me cumpre aquilatar. Contudo, o temor existe, podendo de fato influir no ânimo dos jurados”, declarou a juíza.

“A par disso, reconheço que não há como ignorar a existência de elementos a recomendar a presente decisão, com evidente urgência, até porque o julgamento está designado para o dia subsequente. Com efeito, atento aos preceitos da prudência e da cautela, objetivando evitar posteriores pedidos de nulidade da sessão do Tribunal do Júri, é salutar que o Juízo de piso aguarde a decisão deste Egrégio Tribunal de Justiça”, finalizou o desembargador.

FOTO: Arquivo / Gazetaweb

A família da vítima alega que os parentes do suspeito exercem grande influência política em Viçosa, o que poderia, segundo pensam, comprometer a decisão dos jurados.

O pai do modelo, Edglemens dos Santos, explicou que considera que o processo em Maceió afastaria qualquer possibilidade de influência à decisão dos jurados. “A gente teme muito, já que o pai do Judarley foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Viçosa”, informa.

O caso

O crime ocorreu no dia 1º de janeiro de 2012, por volta das 3h, durante festa de virada de ano em Viçosa. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), Judarley teria desferido um soco em Eric Ferraz.

O irmão do acusado, Jaysley Leite de Oliveira, também teria se envolvido na briga e efetuado os disparos que levaram o modelo a óbito. Durante a confusão, uma mulher chegou a ser baleada, mas sobreviveu ao ferimento.

fonte:gazetaweb